Bora bater um papo sobre Roube Como Um Artista, do Austin Kleon, lançado aqui no Brasil pela Rocco em Junho de 2013. De antemão eu já te adianto que se você ainda não leu, está perdendo um bom bocado de coisas interessantes. Dá o play pra saber quais são!
Com uma temática que lembra muito o discurso do Faça Boa Arte, o manifesto sobre a criatividade de Austin Kleon é direto e empolgante. Abaixo, fotos de algumas páginas do livro, para você entender porque deve tê-lo em sua estante.
A arte é, acima de tudo, um espelho, já que em cada livro, filme ou música, buscamos uma identificação com o nosso eu frente ao que absorvemos do que é lido, assistido, ouvido...
Mas o que fazer quando quem produz o material morre de medo? Medo de não dar certo, medo de ser one hit wonder, medo de dar certo demais, medo do que vem por aí e não se sabe o que é? Bem, eu tenho alguns desses medos.
E Faça Boa Arte é um cachorro, para quem gosta de cachorro. É aquele seu amigo que você abraça e não precisa explicar o que está sentindo, porque ele vai te entender. O livro é rápido, curto e direto, como um mantra, para ser lido e relido sempre que necessário. É um cartão de presente perfeito, é um objeto de decoração muito bonito e, puta que pariu, é um conselho do Neil Gaiman em pessoa, pra você. Ok, era pra outras pessoas, mas agora é pra você.
O livro traz a transcrição integral do discurso de Neil Gaiman, em 2012, para uma turma de formandos da University of the Arts, na Filadélfia. Na ocasião, o autor usou seus dezenove minutos para celebrar os erros e ressaltar que é neles que devemos nos pautar para cometer nossos acertos. Se você não erra, você teve sorte, não sucesso. Abaixo eu coloco o link do discurso e recomendo tremendamente que você se dê de presente esses 20 minutos fantásticos de "putz, não é que ele está certo". Daí o designer Chip Kidd meteu a mão e brincou com a tipografia pra deixar o livro ainda mais "tapa na cara". Cada página é um pôster lindo!
E sempre que a cabeça estiver cheia, e o medo de começar uma resenha sobre algum livro porque não sabe se ela vai ter mais de duas linhas bater, vá ao banheiro, volte à primeira página e impressione a si mesmo com a capacidade de desdobrar-nos em pensamento que Neil Gaiman tem, falando sobre... como fazer coisas erradas. Bem, e se esse clic não aconteceu com você, ao menos você pode contar pra todo mundo que leu o fuckin Neil Gaiman, cara...
A propósito, mais alguém aí pegou o "uhúll" entre os "clap clap clap"?